Luno - Homo Pacificus (álbum)
- Acorde
- 26 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 30 de mar. de 2021
Jogando no campo da psicodelia braba, como era de se esperar, a estreia do baixista é inconformada com o atual estado de coisas
por Alisson Mota
Finalmente, depois de um chove-não-molha da gota serena, LUNO lançou sua estreia solo. O álbum é o primeiro marco na carreira do baixista, cantor e compositor após a saída da Plástico Lunar. E é óbvio, claro e evidente que Homo Pacificus não passou incólume ao tempo que o nosso basshero fez parte de uma das principais inciativas do rock psicodélico brasileiro dos últimos anos.
Quando ouvi Homo Pacificus não tive nenhuma grande surpresa. Ele veio mais ou menos como eu pensei que viria e cantei essa pedra aqui. Mas isso não significa que o álbum perde valor ou é ruim por isso. Justamente o contrário. LUNO reprocessa referências e encontra em Leo Airplane (parceiro de longa data na Plástico) e Gabriel Perninha a sinergia perfeita para a cristalização de sua identidade musical.

“Homo Pacificus é um disco conceitual, que clama por uma existência mais harmoniosa entre o ser humano, sua psique, desejos e paixões. As letras navegam por crenças, expectativas, decepções e a busca por equilíbrio e soluções para o mundo. Além de ser um disco de rock, algumas passagens psicodélicas podem ser bem convidativas para um bom momento de transe sonoro”, comenta Luno Torres
E bota psicodélicas nisso. Muitos desses elementos inerentes à música de LUNO encontram apoio na mente de Leo Airplane, que produziu junto a Luno Torres, mixou e masterizou o álbum. As canções têm transições entre si que transformam o disco numa única peça, coesa num conceito proposto que aborda a atual situação do ser humano na sociedade capitalista, do ponto de vista existencial.
No frigir dos ovos, a estreia de LUNO demonstra um esforço em esmerar um identidade própria e trazer temas pertinentes como um cronista. O baixista faz isso jogando em casa, com as referências da psicodelia nordestina e gringa, dos mantras e do folk inerentes desde os tempos de Plástico Lunar. Ainda que não traga muitas novidades na estética, Homo Pacificus é, sobretudo uma congregação, um brinde. E também é o primeiro passo para as aventuras lisérgicas de Luno Towers.
E se eu fosse o cabra, lançava outro disco ano que vem. Por mim poderia ter álbum de LUNO todo ano...
Ficha Técnica
Gravado entre fevereiro de 2019 e dezembro de 2020 nos estúdios Ori e Disco de Barro, em Aracaju/SE.
Luno – baixo, vocal e backing vocal
Gabriel Perninha – bateria e percussão
Leo Airplane – piano, mellotron, sanfona, sintetizador, programações e backing vocal
Mixagem e masterização: Leo Airplane
Produção Musical: Leo Airplane e Luno
Concepção Gráfica: Gabriel Barretto
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