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#06 | Plástico Lunar - Coleção de Viagens Espaciais

Atualizado: 20 de set. de 2020

Julico indica o primeiro álbum da banda de rock que, segundo ele, é a melhor do Brasil


por Alisson Mota


"A Plástico pra mim é uma das principais bandas do Brasil". A frase que abre esse texto está aí para não restar dúvida quanto à inspiração de Julico pela Plástico Lunar. Aqui, ele fala um pouco sobre o primeiro álbum da banda, Coleção de Viagens Espaciais, de 2009.



O álbum veio depois dos EPs The Plastic Rock Explosion (2003) e Próxima Parada (2005). Algumas músicas desses trabalhos chegaram a compor o Coleção, de 2009. "O Lucas [Araújo, fundador da The Baggios com Julico] foi quem me apresentou um EP da Plástico, mas eu já sacava eles dos shows, da ATPN, já tinha visto eles tocando Raul Seixas, eu já achava muito foda" conta o produtor e guitarrista. "Lembro que quando ouvi o EP, fiquei 'pooorran, que banda é essa?', porque tinha uma pegada mais retrô, letras psicodélicas e tal", completa.


O lançamento do álbum e a entrada no bonde


Julico chegou a fazer parte da Plástico por mais ou menos 4 anos, num intervalo entre 2007 e 2011. "Lembro que quando chegou o disco, em 2009, eu já fazia parte da banda, mas o trabalho já tava pronto desde 2007 ou 2008. Rafael [Costello, guitarrista] antes de viajar para São Paulo já tinha deixado tudo gravado", revela. "Aí eu já tava tocando com mais gosto ainda, como fã, numa banda que eu admirava pra caramba".



Como já tava quase tudo pronto, Julico começou a ouvir as músicas ainda não finalizadas para tocar nos shows. "Eu pegava ali uma pré-mixagem, uma demo, e fui conhecendo as músicas como músico da banda (risos), muito doido isso. Mas no momento que conheci esse álbum, eu pensei 'velho, a Plástico é a melhor banda de rock que tem no Brasil'. E continuo considerando, porque eles exploram os lados do rock que eu gosto. Melodias marcantes, rockão, psicodelia, blues, tudo se encaixou certinho com meus gostos".



A cena do rock sergipano e a instiga em fazer música


"Eu lembro que antes de formar a The Baggios, eu conhecia bandas como a Plástico, a Lacertae, Snooze, que tinham referências massa, cada um na sua onda, e me instigavam a tocar, estar ali no palco", confessa o músico. "A Lacertae numa viagem mais experimental, meio 'hendrixiana', mas com a poética bem forte das letras de Deon e uma exploração da música local, com o berimbau. A Snooze já vinha com coisas mais da gringa, indie rock tipo The Jesus & Mary Chain, Sonic Youth... Mas a Plástico tinha uma onda que era tudo isso misturado", crava o produtor e músico.



A pluralidade de referências da Plástico, junto ao fato de que todos cantavam na banda, foram importantes na consolidação da banda no gosto de Julico. "Isso pra mim é muito forte num projeto como banda, sabe? Deixa o álbum mais rico, com texturas, timbres de voz e interpretações diferentes, até porque cada compunha de uma maneira diferente", avalia o guitarrista. "Inclusive quando eu comecei a compor pra Plástico, eu tinha o meu tipo de música ali dentro. Era uma coisa de coletivo", complementa.


A troca de referências no rolê


"Esse conceito da banda trabalhar em cima de referências sessentistas, setentistas, acabou sendo referência pra mim porque era o que eu mais ouvia lá entre 2004 e 2005... Blues, Hendrix, Led Zeppelin, o rock brasileiro lado B, tipo Secos & Molhados, Ave Sangria, Perfume Azul do Sol... Todas essas bandas me serviam como referência e muitas delas eu conheci através desse convívio com eles, porque antes de entrar na banda eu virei brother dos caras", relembra.



Nessa onda de ampliar seu repertório, principalmente na guitarra, a Plástico proporcionou várias outras descobertas. "Fui conhecendo Rolling Stones, tocando slides, solando... Coisa que eu não fazia muito com a Baggios. Foi massa porque fui descobrindo um outro lado da guitarra, fui querendo fazer coisas mais elaboradas, já que a Baggios era uma coisa mais crua, direta, e a Plástico trabalhava com camadas, com possibilidade sonoras muito maiores", avalia.


O legado e a história da Plástico Lunar


"As pessoas deveriam ouvir a Plástico simplesmente porque é uma das melhores bandas de rock do Brasil", crava Julico. "Eles tiveram um histórico longo, mas não tão fluido, com interrupções e hiatos (parece que agora é um desses momentos), mas acho que era a banda que eu mais apostava em chegar mais longe, saca? Mesmo tendo saído em 2011, achei que a banda pudesse ganhar mais o mundo", lamenta. "Mas a banda tem o crème de la crème do rock, consegue filtrar de forma ímpar todas essas influências do rock, seja inglês ou brasileiro, e fazer uma releitura própria, bem peculiar, acho isso grandioso para uma banda".


Se fosse para escolher uma música do disco... Julico indicaria duas.


"Uma é Banquete dos Gafanhotos, uma música que [Marcos] Odara canta, que é um rockão brabo, uma mistura de Hendrix com Mutantes".



"Outra música é o clássico deles, Formato Cereja, que é um hino do rock sergipano dos anos 2000 e traduz a essência da banda, com um riff matador de Rafael Costelo que dita a música já de cara. Lembro que no show a galera ficava ensandecida, todo mundo cantando junto... Era bonito de se ver".



 





Ficha Técnica

Voz/coros e guitarra - Daniel Torres

Guitarra - Rafael Costello

Baixo e voz/coros - Luno Torres (Plástico Jr.)

Bateria e voz/coros - Marcos Odara

Teclas, efeitos e coros - Leo Airplane


Produção musical de Leo Airplane

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