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O Segredo de Pedro Luan

  • Acorde
  • 18 de out. de 2019
  • 4 min de leitura

Promissor músico e compositor aracajuano mostra sua identidade no seu novo disco, O Que Há de Segredo

por Alisson Mota



Começo este texto avisando que conheço Pedro Luan desde moleque. Estudamos no mesmo colégio e desde aquela época ele já se destacava como um cantor e intérprete fora da curva, apesar da pouca idade. A voz aveludada sempre foi muito requisitada nos eventos escolares e deixava todo mundo embasbacado. 


Pois bem, o tempo passou e desde então o músico vem amadurecendo e forjou uma identidade própria, expressa em seu segundo disco, O Que Há de Segredo. O disco é um registro ímpar de como as referências que a gente já conhece de música brasileira – e sergipana, portanto – podem ser reprocessadas, criando uma estética própria, única, com identidade.


O disco chegou este ano e está disponível em todas as plataformas de streaming. Com produção de Fabrício Rossini, O Que Há de Segredo é daqueles registros pra se ouvir num fim de tarde, deitado numa rede. Muito inspirado em Djavan, o trabalho também bebe em outras fontes, inclusive de música estrangeira, contribuição de Rossini. “Eu cheguei com muito Brasil e ele com muita influência estrangeira. Batemos no liquidificador e deu um bom resultado”, revela o cantor.


Pedro Luan nos bastidores da gravação do disco

Pedro Luan assume todas as composições e é acompanhado por uma banda de peso: Rafael Jr. (bateria), Paulo Antônio (baixo), Rafael Ramos (teclados), Fabrício Rossini (guitarras), André Lima (flugelhorn), Davysson Lima (saxofone) e Pedrinho Mendonça (pandeiro).


O cantor também toca violão nas faixas, a pedido de Rossini. “Outra contribuição fundamental de Rossini foi quando me convenceu a gravar os violões do álbum. Eu resisti bastante, mas hoje vejo o quanto foi importante para a caracterização do álbum. Ele também é mais meu por isso. Afinal, compus todas as músicas com o apoio do violão”, lembra.


Além desses, o disco contou com a contribuição de um dos melhores guitarristas em atividade no país, Saulo Ferreira. “Minha relação com Saulo já vem de um show que fizemos juntos para reinaugurar o projeto MPB Petrobras. Abrimos para o espetacular João Bosco numa noite incrível. Desde então, criamos um vínculo muito forte”, conta Luan.


Pedro Luan e João Bosco, no MPB Petrobras

Também participa o pianista João Ventura, que já tocou até com Madonna. “João Ventura sempre foi alvo da minha admiração. Ainda quando criança, tive alguns contatos com ele”, lembra o músico. “Começamos a conversar de modo mais constante a partir de uma ligeira passagem minha por Lisboa. Interessante destacar que a sugestão para que ele participasse do álbum foi de Neu Fontes. Acatei a ideia e formalizei o convite”, completa.


Orgulhoso do resultado, Luan revela: “Trabalhar com esses parceiros eleva qualquer produção. Hoje me dou conta que os músicos que integraram esse projeto me escolheram, não o contrário. Afinal, foram todos muito generosos e acabaram se envolvendo além da pragmática relação profissional”.


Capa do disco. Ilustração de Natã Alcântara, com projeto gráfico de Alê Alcântara

"Só existe O Que Há de Segredo porque houve um Feito a Dois”


Em seu primeiro disco, Feito a Dois (2016), está expressa a homenagem ao seu pai, o lendário cantor Rogério, falecido em 2014. “Feito a Dois foi confeccionado desde o início como uma homenagem. Na verdade, se tornou um álbum como consequência do processo!  Meu objetivo era que sergipanos mais jovens conhecessem melhor o artista Rogério e, diante dos vários caminhos, escolhi a gravação de um disco”, afirma Luan.

Ainda sobre Feito a Dois, o músico entende o primeiro trabalho como ponto de partida: “Meu pai sempre foi o terreno onde finquei minhas raízes. Nada mais justo do que começar celebrando sua obra, bem como buscando disseminá-la para os diversos públicos. Me senti chamado, naquele tempo, a essa missão. E foi bastante frutuoso. Amadureci”, conta.



Enquanto o primeiro disco serviu de homenagem, O Que Há de Segredo afirma a identidade dele enquanto artista, impressão confirmada pelo próprio Luan. “O novo álbum reflete a minha autonomia. É um álbum inteiramente autoral onde me exponho. Me coloco como total responsável por toda e qualquer palavra contida no disco. E vejo isso como algo muito positivo! Conheço o álbum nos seus mais profundos detalhes e posso falar dele com toda a propriedade do mundo”.


Show de lançamento do disco


No próximo sábado, 19, Pedro Luan lançará seu disco no Teatro Atheneu. O disco foi produzido com recursos de crowdfunding, onde uma das recompensas era o ingresso para o show de lançamento. “As pessoas que se envolvem no crowdfunding se sentem parte integrante de um projeto e, por isso, se enxergam de um modo mais concreto nele”, constata. “Os comentários das pessoas sobre o álbum são pessoais, profundos e até viscerais. Creio que isso também é fruto da participação delas na feitura do projeto”.

Sobre o show, ele avisa: “Estamos montando um show com certa fidelidade ao som do disco, mas despidos de intransigência. Aproveitamos e vamos reproduzir muitos elementos do álbum para o show. Porém, muitos elementos novos surgem para as apresentações ao vivo. Não hesitamos em substituir. É preciso flexibilidade. Até porque imagino que o fator novidade seja interessante para o público atento”.


Pelo visto, o segredo não tá só no nome do disco.


Ouça O Que Há de Segredo


Ficha técnica:

Pedro Luan - voz, violão e composições

Rafael Jr. - bateria

Paulo Antônio - baixo

Rafael Ramos - teclados

Fabrício Rossini - guitarra

André Lima - flugelhorn

Davysson Lima - saxofone

Pedrinho Mendonça - pandeiro


Produzido e mixado por Fabrício Rossini Gravado no Orí Estúdio, Aracaju-SE Masterizado por Steve Corrao no Sage Audio, Nashville, TN, EUA


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