Igor Gnomo - Formiga Preta (álbum)
- Acorde
- 7 de jun. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de jun. de 2021
Novo trabalho evoca o vigor das performances ao vivo e vai do jazz ao baião
por Alisson Mota

O guitarrista paulo-afonsino Igor Gnomo lançou em maio seu terceiro álbum de estúdio, Formiga Preta, que tem 10 composições autorais e se divide em três partes. Dentre todos os álbuns do músico baiano, provavelmente este é o que tem uma assinatura musical mais bem consolidada, com arranjos mais sagazes e guitarras sensíveis.
“A princípio a minha ideia era deixar uma coisa bem reta, bem rock, mas mudei o percurso desde que comecei a compor para o disco em 2018. Já vinha tocando em ‘jam session’ e preparando um show que seria lançado em 2020. A pandemia deu tempo para repensar esse conceito de música instrumental nordestina”, revela o guitarrista.
Como é se esperar, a sonoridade do trabalho gira em torno da guitarra. O trio que acompanha Gnomo, composto por baixo (André Jumper), bateria (Thiago Reuel) e percussão (Gildo Madeira), tem uma clara missão: estabelecer o melhor palco possível para Gnomo improvisar e sobrepor as seis cordas, sejam elas elétricas ou acústicas.
Além do trio de apoio, Gnomo conta com as participações de Derico Sciotti (ele mesmo, Derico do Progama do Jô), que toca sax e flauta em A la Stern, Italo Neno, teclados em Toil Land, Marcelo Fonseca, violino em Bolo de Milho, Vivian Nascimento e Renam Mendes, vocais e acordeon em Forró do Seu Todynho, Michael Pipoquinha, baixo em Cura e Suzi Mariana, em Ao Comandante.
O disco acerta em apostar na transposição da sonoridade de uma apresentação ao vivo, apostando seguro. Quem acompanha a cena instrumental de Aracaju provavelmente já testemunhou alguma apresentação ao vivo do guitarrista e pôde perceber que é no orgânico que ele se sente em casa.

No fim, Formiga Preta direciona a síntese musical de Gnomo ao juntar o virtuosismo do jazz com a sagacidade do baião e do maracatu, resultando numa espécie de fusion nordestino - ou jazz rock nordeste, como ele reivindica -, com potencial de ampliar seus horizontes.
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