Lançamentos Sergipanos - Janeiro e Fevereiro 2021

por Alisson Mota

O coletivo que antes se chamava Tori agora se chama Ipásia e com a mudança veio também o primeiro single do sucessor de Ignatia,, Voragem. O clipe foi dirigido por Jéssica Dias e conta com a performance de Isa Maga, baseada no butô, que, segundo a própria Isa, "é a dança que deixa o corpo falar por ele mesmo, para revelá-lo para rejeitar a superficialidade do banal, do dia-a-dia. A dança que conversa com os mistérios da vida, desde a morte ao nascimento, entre nossas sombras desconhecidas que habitam nosso interior e as memórias vividas”.

Voragem chega em 9 de abril.

Dami propõe pra gente uma viagem pela sonoridade da MPB setentista, usando tudo que rolava naquela época. Desde o samba, o samba-rock, jazz fusion o funk e por aí vai. De Brazilian Octopus à Gilberto Gil, Dami começa a se expor mais enquanto artista dotado de personalidade, frente ao seu primeiro disco, Acordando (2015) - notadamente um trabalho de um músico/arranjador.

Apesar de ainda ter suas bases ainda bem fincadas no virtuosismo, em Um Som o músico começa a mostrar uma faceta mais descontraída e simpática, verificada por exemplo na vinhetística Dan Dan Batera e na irônica Liberal na Economia Conservador nos Costumes, esta que poderia ter sido composta por Gil, exceto pela parte onde se diz que autoridade vem da erudição. Acho que eu e Gil não concordamos muito com isso, massss... Voa, Dami!

Uma das mais gratas surpresas nesse quase um ano e meio de aCorde foi o single que marca a estreia de LUIGI. O som me remeteu à algumas iniciativas do post-rock, como Slint e Sigur Rós, principalmente no segundo ato. A peça tem um minimalismo que vai se quebrando enquanto as influências do rock progressivo se apresentam, de Jethro Tull à Mogwai, passando por Durutti Column.

O sucessor do multifacetado Yam chegou como o aconchego de casa numa tarde de domingo. O título Hiato parece ser uma referência aos tempos de pandemia, onde existe esse hiato coletivo, cada um no seu quadrado. Mas a energia do álbum é de congregação e intimidade. E parece que é a intenção do guitarrista, de fato: "Que o Hiato nos mantenha próximos, firmes e juntos. Que os motivos e sorrisos que antecedem o abraço mantenham-se vivos em qualquer que seja o tempo", escreveu no Instagram.

Num prenúncio do que será seu primeiro álbum, Isis lançou mais um de seus clipes arrebatadores. Ararinha da Viola foi escrita tendo o avô da rapper - que dá nome à música - como inspiração para os versos de afirmação das raízes e de sua identidade de Bruxa Cangaceira, que também é o nome do seu álbum de estreia.

O gaitista reuniu diferentes linguagens artísticas na atribuição de sentidos audiovisuais numa releitura do poema do estanciano Hunald de Alencar. Para isso, contou com a colaboração de Luan Allen e Ana Badyaly e as atuações da bailarina Ingrid Yamamoto e do próprio Julio Rêgo. As Mãos no Espelho é a primeira de uma série de releituras audiovisuais da obra de poetas sergipanos.

O primeiro aCorde Sessions do ano rolou em grande estilo e Alex Sant'Anna também disponibilizou no Spotify. Ouça e assista de novo!